terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Este o nosso destino: amor sem conta para sempre!


Que pode uma criatura senão,
senão entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?

Que pode, pergunto, o ser amoroso
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?

Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o áspero,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina.

Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.

Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.

Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Democracia y medios de comunicación

Comunicación y derechos del niño


Eva Fontdevila y Emanuel Gall*, desde Abrojos Colectivo de Educación Popular (Tucumán), y Silvia Bacher (Las Otras Voces) aportan experiencias de trabajo en comunicación orientadas a desarrollar las capacidades de niños, niñas y adolescentes y a fortalecer sus derechos. El papel de las organizaciones sociales y la responsabilidad del Estado.

Que los niños sean sujetos implica, entre otras cosas, que la infancia no se considera desde las carencias, una etapa vital que supone algo que no se tiene, o un pasaje incompleto hacia la adultez, sino como una etapa legítima y muy importante de la vida. Por otro lado, para los adultos implica reconocer y hacerse cargo de la existencia social de múltiples maneras de ejercer discriminación respecto de los niños y niñas.

*Coordinadores de Abrojos Colectivo de Educación Popular (Tucumán).

Leia o texto acima completo clicando aqui.

Votação na página de Abrojos:
¿Creés que la infancia es respetada en los medios de comunicación?
¿
Si o no?

domingo, 26 de dezembro de 2010

"Eu quero revolucionar o mundo com as minhas invenções"



"Eu quero revolucionar o mundo com as minhas invenções"
Eduardo na chamada do Programa 01 da TV Piá Chamada . 0:50
O TV Piá é um programa infantil que vai ao ar todo domingo às 14h30 na TV Brasil.

Abaixo, Programa completo que foi ao ar em 09 mai 2010
Leia mais sobre esse Programa 1 no Blog da TV Piá clicando aqui.


No Twitter: Natal e crianças ontem e hoje...



@g_lern Antigamente no Natal várias crianças pediam um pônei. Agora todas querem um iPhonei.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Feliz Sempre sendo Natal...



O Pintinho que franciscava: um pequeno canto de Natal


Era uma vez uma cidade bem pequenina
num lugar muito distante.

E, num galinheiro bem escondido entre aquelas poucas casas,
nasceu uma ninhada de pintinhos naquela manhã calorenta.
Mas, restava um ovo para quebrar e
só pela tardezinha ele se abriu,
e aquele pintinho nasceu para o mundo.
Era mirradinho e pequeno.

Leia a estorinha completa clicando aqui.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Natal: ver com os olhos do coração


É o que mais nos falta hoje: a capacidade de resgatar a imaginação criadora para projetar melhores mundos e ver com o coração. Se isso existisse, não haveria tanta violência, nem crianças abandonadas nem o sofrimento da Mãe Terra devastada.

Somos obrigados a viver num mundo onde a mercadoria é o objeto mais explícito do desejo de crianças e de adultos. A mercadoria tem que ter brilho e magia, senão ninguém a compra. Ela fala mais para os olhos cobiçosos do que para o coração amoroso. É dentro desta dinâmica que se inscreve a figura do Papai Noel. Ele é a elaboração comercial de São Nicolau – Santa Claus - cuja festa se celebra no dia 6 de dezembro. Era bispo, nascido no ano 281 na atual Turquia. Herdou da família importante fortuna. Na época de Natal saia vestido de bispo, todo vermelho, usava um bastão e um saco com os presentes para as crianças. Entregava-os com um bilhetinho dizendo que vinham do Menino Jesus.
Leia o texto completo Na Carta maior clicando aqui.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Agência reguladora dos EUA quebra tabu e aprova regras de neutralidade da rede


O órgão regulador de comunicações dos Estados Unidos aprovou nesta terça-feira (21/12) as suas primeiras regras de operação da internet, garantindo o livre acesso, sem restrições, a qualquer conteúdo legal para usuários domésticos. É a primeira regulação sobre o acesso online no país, quebrando um tabu quanto à não-interferência estatal na comunicação digital.

Segundo o jornal norte-americano The Washington Post, três democratas membros da FCC fizeram maioria de votos a favor da regulamentação da chamada "neutralidade da rede", introduzida mais de um ano atrás pelo presidente da FCC, Julius Genachowski. Dois republicanos votaram contra, demonstrando apoio ao provedores de internet, que alegam que a regulação dificultaria a capacidade de criar novos planos de negócios que expandam seus papéis sobre a economia da internet.

As regras provocaram um intenso debate e lobby quanto à questão de ser necessária uma legislação específica, e podem ser questionadas na Justiça. Parlamentares republicanos já anunciaram que vão entrar com projetos de lei para derrubar a regulação.

Opera Mundi
21 dez 2010

Leia também sobre a Lei que regula meios de comunicação na Venezuela agora se estente a internet clicando aqui.

Ecuador: Formación y capacitación de los nuevos comunicadores y comunicadoras indigenas


Proyecto de Radios Comunitarios

Fue realizado del 13 al 17 de diciembre, en las instalaciones de CIESPAL, con la presencia de 31 representantes de las nacionalidades indígenas, como parte del proceso de formación y capacitación de los nuevos comunicadores y comunicadoras, en el marco del proyecto de radios comunitarias que impulsa el Ministerio de Coordinación Política y la Secretaría de Pueblos y Movimientos Sociales.

Los temas de este proceso de formación estaban relacionados con la identificación participativa de condiciones y necesidades de producción radial de cada nacionalidad, de acuerdo con una visión intercultural de respeto y pertinencia en la construcción de contenidos, conceptos de radio comunitaria, acceso a tecnologías y equipos, el valor de la oralidad, herramientas para contar, producción, edición, gestión y programación, entre otros.   


Leia mais no site/sítio da CIESPAL clicando aqui.
CIESPAL 50 años: porque la comunicación es un derecho
Youtube: subscribe clicando aqui.

Pontos de Leitura


"O telhado era minha rede"...


"Quando a gente vê uma criança oferecendo uma rosa"...

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

21 de dezembro de 2010 em Abya Yala: Kapak Raymi


Que en este Kapak Raymi retomemos los elementos necesarios  para sentirnos en armonía y redoblar nuestra lucha hasta hacer realidad el sueño de los pueblos de Abya Yala, la sociedad intercultural convivencial.

SUMAK YACHAYPI, SUMAK KAWSAYPIPASH YACHAKUNA
NEKATAINIAM UNUIMIARAR, PENKER PUJUSTIN
APRENDIENDO EN LA SABIDURÍA Y EL BUEN VIVIR

Luis Fernando Sarango
Rector de la Universidad Comunitaria Intercultural “Amawtay Wasi”

La sabiduría del Kapak Raymi desde Amawtay Wasi


La sabiduría del Kapak Raymi

En 21 de diciembre en las regiones Andinas se celebra el ritual del Kapak Raymi conocida como la Gran Fiesta de la Nueva Vida.

Es una festividad dedicada a la continuación de la vida, con énfasis en niños y jóvenes. 

Cuenta la tradición oral, que los mayores engalanaban a las futuras generaciones con obsequios celebrando el ritual de la dotación simbólica a los recién nacidos, de prendas de vestir, los valores más preciados, los útiles y herramientas más esenciales para que ellos sean los continuadores de su compromiso natural adquirido en la vida y que los irían trasmitiendo de generación en generación. Este acto de ofrenda a los menores, se traducía en base al compromiso y la participación recíproca de todos los integrantes de la comunidad. 

Dada la solemnidad y gradiosa magnificiencia de dicha fiesta, la iglesia católica hizo uso del sincretismo, aprovechando la fecha cercana a su fiesta (tambien pagana) de la pascua de navidad dedicada al supuesto nacimiento de Jesus considerado por los cristianos como mesías y redentor de la humanidad, feha que se celebra el 24 y 25 de Diciembre coincidiendo con la fiesta romana Hagia Fota o Sol invencible que se celebraba precisamente el 25 de diciembre.

Se supone que fué el papa Julio I quien inició la difusión de la idea sobre le nacimiento del Niño Dios tomando como fecha la de la fiesta de Hagia Fota. 

En América sincretizaron la fiesta del Kapak Raymi para hacerla coincidir con su "Navidad" y de esta manera el indio acostumbrado a celebrar esas fechas, aceptó fácilmente el cambio hecho a su celebración. 

En nuestra tierra con la casi total desaparición de los indígenas a cargo del General Maximiliano Hernandez Martinez, se perdieron casi todas las celebraciones y leyendas pipiles, lencas, chorties, ulúas, pocomanes, etc. 

Sin embargo la fiesta del Kapak Raymi subsiste y en la zona andia: Perú, Ecuador, Bolivia etc. Se celebra haciendo conciencia en el Ciclo Astral, del que dejo un pequeño párrafo.

Leia mais sobre Kapak Raymi clicando aquiali e acolá.

Leia mais sobre a Universidade Intercultural das Nacionalidades e Povos Indígenas Amawtay Wasi, no Equador, clicando aqui.


Enrique Dussel: Filósofo de la liberación



"He recibido con sumo agrado y alegría el anuncio del premio Libertador al Pensamiento Crítico que otorga el gobierno bolivariano de Venezuela al amigo y hermano, Enrique Dussel.

Lo que pretendo resaltar en esta breve reflexión son cuatro dimensiones de la vida y compromiso de este intelectual orgánico latinoamericano y caribeño, que ha logrado ya un lugar importante en el escenario intelectual mundial. Esas cuatro facetas son: historiador, teólogo, eticista y filósofo. Todo ello bajo un gran principio moral, espiritual y ético que llamaríamos "el compromiso con la liberación". ¡Y no ha de olvidarse que Enrique asume ese compromiso desde el contexto de su Argentina convulsionada y bajo amenaza de muerte que concretamente llevó al atentado con una bomba perpetrado por fuerzas siniestras que pretendían silenciarlo para siempre, en 1973! Desde allí Enrique inició un peregrinaje que lo llevó hasta México, y desde allí a toda Latinoamérica y el Caribe. Lo que parecía adverso se convirtió en un gran compromiso con la Patria Grande y desde allí hacia el mundo entero.

(...) La cuarta faceta en el pensamiento de Enrique Dussel es la filosofía. El intento en este aspecto me parece doble: Por un lado, profundizar en la búsqueda de un pensamiento propio en Latinoamérica y el Caribe, resaltando la importancia de las culturas pre-colombianas y la necesidad de poner en su justa perspectiva su significación e influencia hacia la conformación de una filosofía latinoamericana y caribeña. Por el otro lado, una dimensión de la filosofía política que dé razón de ese pensamiento crítico donde temas tales como el poder, el estado, la democracia participativa y un nuevo movimiento constitucionalista que no sea mero calco del constitucionalismo occidental, que tan influyente ha sido en la formación los estados modernos en América Latina y el Caribe, sea relevante. Creo que este esfuerzo aporta a discusiones que nos han de acompañar por un buen tiempo en las sociedades latinoamericanas y caribeñas. Allí una vez más la dimensión teológica del pensamiento de Enrique será muy valiosa.

A la pregunta sobre cuál será ese nuevo sujeto liberado que ha de formarse en nuevas sociedades Enrique Dussel nos llamará la atención hacia asuntos que van desde una nueva humanidad, hacia una nueva comunidad y una nueva relación con la creación. La fuerza ética de la liberación plasmada en todos sus libros, y un claro compromiso en lo que implican cambios estructurales, mentales, emocionales y espirituales, reflejados en todo su desarrollo intelectual, serán de gran utilidad y estímulo".

Leia o texto de Carmelo Álvarez no Adital clicando aqui.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

A filosofia e a libertação das crianças



Pensemos nas seguintes palavras : investigação, conhecimento/conhecer, fatos, linguagem (literal e figurada), metáforas, símiles, analogias, mente/corpo, mesmo/outro, sociedade, democracia, real, pensar/sentir, pensar sobre o pensar, amigo, amor, inimigo, direitos, justiça, verdade, beleza, deus, natureza, pessoa, arte, tempo/espaço, causa/efeito, mal, medo, emoções, razão, critérios.

Quais destas palavras, ou outras semelhantes, não fariam parte do vocabulário de uma criança de 5 anos de idade? Alguém poderia sugerir que não utilizaria palavras como "critérios" ou "razão". Vamos analisar alguns exemplos.

Uma mãe diz para sua filha de 5 anos que ela não pode jogar com sua amiginha. O que a menina vai fazer? Vai perguntar "por quê?". Que é que ela está perguntando? A razão da proibição de sua mãe. Vamos supor outro exemplo. Um menino briga com outro e diz para ele que não quer jogar mais, que não quer mais ser seu amigo. O seu amigo vai perguntar-lhe "por quê?".

Está perguntando-lhe a razão da sua decisão. Vamos supor outro exemplo. Uma criança adorou um programa de televisão, encontra-se com um amigo e pergunta se ele gostou desse programa. O amigo diz que não, que odiou o programa. O que o menino vai lhe perguntar? Vai perguntar-lhe por que ele odiou o programa. Neste caso está perguntando por critérios, porque quando alguém afirma que uma coisa é boa ou chata e outro pergunta por que, está perguntando pelos critérios desse julgamento. Poderão ser critérios bons ou ruins, mas serão critérios.

O que eu quero dizer é que mesmo que as crianças não utilizem as palavras citadas acima, elas utilizariam outras para dar conta dos conceitos que estão envolvidos nesses termos. Certamente, talvez uma criança de 5 anos não utilize a palavra justiça, mas com certeza percebe que muitas coisas que acontecem em sua vida não são justas. Outro exemplo. Uma criança foi com sua mãe comprar um brinquedo para o dia das crianças numa loja cheia de brinquedos, com bonecos de todas as formas e cores. A criança pergunta para sua mãe como escolher o boneco e a mãe responde "só pegue um". A criança quer saber como fazer para escolher e a mãe responde que deve pegar aquele que gosta. A criança diz então que gosta de todos e a mãe começa a ficar nervosa e diz que só pode escolher uma. A criança já sabe isso, mas precisa ajuda para escolher. Geralmente as crianças ficam em dúvida sobre o que quer dizer a palavra "escolher"...

Talvez as crianças também não utilizem a palavra "investigação". Porém, as crianças não compreendem muitas coisas. E elas se empenham em descobrir como é que as coisas acontecem no mundo; em particular, buscam compreender o significado dessas palavras que as pessoas maiores utilizam permanentemente, palavras como bem, tempo, verdade. Quando as crianças perguntam aos adultos o significado dessas palavras, geralmente não recebem respostas. As crianças são socializadas através da linguagem e aprendem a utilizar as palavras de uma determinada maneira, sem pensar muito nelas.

As palavras que coloquei no começo desta apresentação são palavras especiais. Elas têm três características. A primeira é que são conceitos centrais, conceitos que utilizamos no dia-a-dia, que estão na base de nossa experiência cotidiana, e se não usamos exatamente essas palavras, provavelmente utilizamos um sinônimo delas. A segunda característica é que elas são conceitos comuns, que todos utilizamos, não só algumas pessoas ou algumas culturas. A terceira característica é que esses conceitos são controversos, contestáveis, não temos resposta definitiva acerca do que eles significam. E no Ocidente, pelo menos nos últimos vinte e cinco séculos, as pessoas têm tentado descobrir possíveis significados. Muitas respostas se propõem, mas, o mais importante em relação à libertação das crianças é que devem saber que se trata de conceitos contestáveis, controversos. Porque, se as crianças não sabem que esses conceitos são controversos e contestáveis, elas ficam presas à cultura na qual são socializadas.

Mais ainda, muitas vezes as crianças tornam-se infelizes quando descobrem que seu melhor amigo considera que um amigo é algo totalmente diferente daquilo que elas consideram. Palavras como amigo, amor, liberdade são centrais para o modo como uma criança constrói e percebe seu mundo. Se uma criança não sabe que essas palavras são controversas e que existem muitas maneiras de compreendê-las, corre o risco de ser transformada num depósito de significados prontos e estanques.

Se me perguntassem por que eu me envolvi na idéia de que as crianças façam filosofia, diria que é porque me sinto ofendida com a idéia de que tratamos as crianças como se fossem depósitos e as mutilamos até que sejam maiores de idade. Elas fazem dezoito anos e continuam utilizando palavras como amor e amizade sem saber de que estão falando.

Neste sentido, uma das maneiras de perceber a filosofia é como um processo educacional de libertação da criança. Trata-se de libertar as crianças para que possam pensar por elas mesmas acerca do significado dessas palavras. Não é justo que não se permita às crianças saber que existem muitas maneiras de pensar acerca dessas palavras. A história da filosofia ocidental, que contém diferentes maneiras de conceber esses conceitos, é um legado de todas as crianças, sejam elas conscientes disso ou não. Todas as crianças têm direito de conhecer as opções antes de escolher que significado darão a essas palavras. Neste sentido, a filosofia pode ser compreendida como um processo de libertação.

Mas a filosofia é muito mais que isso, porque é uma disciplina normativa, além de descritiva. Quero dizer, ocupa-se não só de como as coisas são, mas também de como deveriam ser. Quando observamos o mundo, percebemos muita injustiça, muita falta de liberdade, muito ódio em vez do amor, e nós gostaríamos de conceber e criar um mundo mais justo, mais belo, mais verdadeiro. Para isso é necessário sabedoria e bom julgamento, precisa-se saber pensar e saber pensar bem, saber quais são aquelas opções e também cultivar a imaginação para talvez propor outras opções; precisa-se também ser crítico, ser capaz de olhar as instituições da sociedade e perguntar se elas cumprem aquilo que deveriam fazer. E é indispensável ser criativo, colocando algumas sugestões sobre como as coisas poderiam ser melhores. Finalmente, é fundamental também pensar de um modo ético, atencioso. Como pessoas, não nascemos dessa maneira, mas podemos ser educados desta forma.

Por isso é que estamos propondo um novo paradigma em educação, que busque, não só no Brasil mas no mundo inteiro, transformar cada sala de aula numa comunidade de investigação. Nessas comunidades seriam desenvolvidas as inteligências emocional, cognitiva e social das crianças. Exploraríamos não só o que pensamos e como pensamos mas também o que sentimos e como sentimos, e exploraríamos o que pensamos que a sociedade deveria ser e como deveríamos nos relacionar nessa sociedade. 

Como se trata de fazer isso com crianças, o currículo de filosofia para crianças foi criado para fazer acessíveis a elas as idéias filosóficas trabalhadas durante os 2.500 anos de história da filosofia ocidental. Nessas histórias, não são utilizados os nomes reais dos filósofos, mas as suas palavras, e seus pontos de vista são apresentados na fala das personagens-crianças. São as crianças das histórias que dizem aquilo que Aristóteles, Santo Tomás, Spinoza, Marx, Dewey ou Freire têm colocado. É como se os filósofos tivessem uma longa conversação, mesmo que tenham morrido há muito tempo atrás. Platão teve algumas idéias e logo Aristóteles gostou de algumas, mas rechaçou outras e criou novas idéias. O mesmo aconteceu com todos os filósofos. Quando as crianças lêem estas histórias, descobrem estas idéias e exploram essas palavras com seus amigos, é como si elas estivessem participando dessa conversação. Embora esses filósofos tenham morrido há tanto tempo atrás, existe um sentido no qual eles ainda estão vivos, na medida em que se expressam nas vozes das crianças.

De tal modo que, através da filosofia, as crianças podem investigar o que significam essas palavras que utilizamos no dia a dia. A decisão de como utilizar estas palavras tem muito a ver com o modo como criamos nossa visão do mundo, nossa cosmovisão. Como o mundo em que vivemos hoje tem muitos problemas, necessitamos cada vez mais pensar não só naquilo que é, mas naquilo que deveria ser. Para isso, a imaginação é necessária. É preciso aprender a criar e inventar novos sentidos e significados. Quando o processo filosófico dá certo, as pessoas podem chegar a ser pessoas que fazem bons julgamentos.

Talvez não proporcionemos muita informação (os computadores vão preocupar-se com isso), mas devemos nos ocuparmos de educar pessoas com bom julgamento. Para isso, não podemos esperar até que as crianças façam dezoito anos. Temos que começar muito antes, quando aprendem a falar. Não se trata só de introduzir uma disciplina no currículo escolar, como a ciência foi introduzida no século XIX. Trata-se de pedir aos professores e administradores escolares que repensem aquilo que entendem por educação, que parem de pensar tanto na informação e que comecem a pensar em bons pensamentos, sentimentos apropriados e boas relações sociais, pois, dessa maneira, estaremos proporcionando às crianças uma oportunidade de fazer julgamentos inteligentes em suas vidas, estaremos apresentando-lhes opções para escolher, e as ferramentas que precisam para pensar novas opções, novos sentidos e significados, novas relações. Nesse sentido seriamos agentes de uma revolução educativa. Isso não é uma responsabilidade pequena. Para todos que aceitam essa responsabilidade, falo em nome das crianças do futuro: muito obrigada.

Ann Margaret Sharp*


Reproduzido de
Linhas Críticas . Revista da Faculdade de Educação/UnB



Leia mais sobre a autora em Filosofia para crianças clicando aqui, e assista ao vídeo "Prof. Ann Margaret Sharp's lecture" em Vimeo (em inglês) clicando aqui. Entrevista (em inglês) clicando aqui.

* Ann Margaret Sharp (1942-2010) Foi diretora do Institute for the Advancement of Philosophy for Children, na Universidade de Montclair, NJ, Presidente do International Council for Philosophical Inquiry with Children e co-autora dos manuais do Programa de Filosofia para Crianças.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Dia Internacional dos Direitos Humanos: 10 dez 2010


Um dia, uma porção de pessoas se reuniram. Elas vinham de lugares diferentes e eram, elas mesmas, diferentes entre si. Havia homens e mulheres; suas peles, seus cabelos e seus olhos tinham cores diferentes, assim como diferentes eram o formato de seus corpos e de seus rostos.

Vinham de países ricos e pobres, de lugares quentes ou frios. Vinham de reinados e de repúblicas. Falavam muitas línguas.Acreditavam em diferentes deuses.Alguns dos países que elas representavam tinham acabado de sair de uma guerra terrível, que tinha deixado muitas cidades destruídas, um número enorme de mortos, muita gente sem lar e sem família.*

Declaração Universal dos Diretos Humanos


Adotada e proclamada pela resolução 217 A (III) da  Assembléia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948

(...)  

A Assembléia  Geral proclama

A presente Declaração Universal dos Diretos Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.

Leia o texto completo da Declaração Universal dos Direitos Humanos clicando aqui.
* Leia o texto adaptado de Ruth Rocha e Otávio Roth clicando aqui.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Ignacio Ramonet en CIESPAL


"Los medios son perros guardianes del poder establecido. Son poder ideológico y latifundista".

Ignacio Ramonet en CIESPAL

Veja sua conferência magna no CIESPAl clicando aqui e aqui.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

A voz do silêncio e o silêncio da voz



Escrever sobre o silêncio é assaz complicado, principalmente na nossa sociedade contemporânea capitalista, pois vivemos sob a ótica da sociedade do barulho. Quanta poluição sonora escutamos nas ruas de nossas cidades! Além de convivermos com várias poluições que nos afligem constantemente em nosso cotidiano. Entretanto, o silêncio é necessário e salutar. O silêncio é muitas vezes mais musical do que muitas canções. É preciso silêncio para escrever, ler, estudar, compor, pintar, contemplar o céu estrelado e as boas coisas da vida, para dialogar com as pessoas que amamos e por mais paradoxal que pareça até mesmo para escutar uma música. O silêncio é catarse, lenitivo e panacéia nas horas angustiadas e depressivas de todo ser humano. Devido à cultura do barulho, o silêncio também incomoda, pois nos coloca frente a frente conosco. No silêncio a voz interior nos fala, latejando a mente e nos revelando os nossos espectros, e muitas vezes estes fantasmas nos assusta, nos amedronta! É a voz do silêncio, a voz do nosso âmago que nos revela o ser pensante que somos. O filósofo existencialista francês Jean Paul Sartre nos legou que “o silêncio é reacionário”. É lógico que existem silêncios conservadores e a silêncios transformadores. Temos que ter a sabedoria de saber calar quando é necessário. Falar em momentos não apropriados é deselegante, chega até ser covardia, falar quando é para calar é insensato e muitas vezes antiético. Tem um axioma latino que diz: “falar é prata, calar é ouro”. O poeta e músico baiano Gilberto Gil em sua ode nos alerta: “Se eu quiser falar com Deus / Tenho que ficar a sós / Tenho que apagar a luz / Tenho que calar a voz / Tenho que encontrar a paz”.

A nossa cultura ocidental não nos educa para escutarmos a voz do silêncio e nem o silêncio da voz que carregamos dentro de cada um de nós, darmos ouvidos a essa voz é preciso! E a voz do silêncio tem que se manifestar para refletirmos com sapiência. E o silêncio da voz se manifesta na candura da voz, na brandura e gentileza da fala. Falar baixo é preciso, dar ouvidos é preciso mais do que emitir a nossa opinião. Por que tanta gritaria e arrogância no nosso cotidiano? Busquemos o equilíbrio entre o silêncio e o som. Busquemos a harmonia do silêncio e a melodia. Há muito tempo que penso escrever nessas mal traçadas linhas sobre a importância do silêncio, de saber calar e de falar com mansidão. Devemos ser menos loquazes, menos prolixos e mais ouvintes da voz do outro. Falar é imprescindível, até porque somos os únicos seres que usamos a fala, a linguagem como instrumento de comunicação, mas calar também se faz indispensável. Se o silêncio da voz se manifesta é o respeito ao outro que estabelece o vinculo nessa relação recíproca de tolerância ao diferente. Quando amamos calado é a voz do silêncio que dá as cartas na nossa mente cheia de sons e palavras. O silêncio das madrugadas e das noites de insônias é a mais pura expressão da voz do silêncio latejando em nossos tímpanos.

Na sala de aula, a voz do silêncio e o silêncio da voz, deveria estar permanentemente sendo cultivada entre mestres, professores, estudantes e alunos. A palavra “meditação” e a palavra “medicação” têm a mesma origem etimológica, a mesma raiz. A meditação é medicinal. Deveríamos ter nas escolas e nas universidades uma disciplina sobre a importância da meditação em nossas vidas. Infelizmente a educação nas escolas não é direcionada para que haja meditação nas salas de aulas. Existe uma cultura do escárnio, da ironia, do deboche quando se fala em meditação. Cultivar a prática do silêncio não tem nada a ver com acomodação, conformismo, apatia e omissão em denunciar as injustiças, os desmandos das autoridades, as agressões à natureza. O diálogo do silêncio perdeu o sentido de ser nas nossas relações, onde cada vez mais nos tornamos o dono da verdade, o dono da voz, bestializados e embrutecidos pelo trabalho alienado. Temos que ressaltar a educação mais nas pessoas sábias do que eruditas. Não temos o costume e nem a tradição com as técnicas de meditações das filosofias orientais. É preciso urgentemente tempo para o silêncio, para o ócio criativo, para o não fazer nada com sabedoria.


Por Elcio Cavalcante
Fazendo Media
06 dez 2010


Professor de história em Fortaleza/CE/Brasil

Plano Nacional pela Primeira Infância define objetivos e metas para políticas públicas que atendam crianças até seis anos



O Plano foi elaborado com ampla participação social. Além das 86 organizações governamentais, não governamentais, multilaterais e empresariais que compõem a Rede Nacional Primeira Infância, outras organizações, especialistas, gestores, técnicos e pesquisadores também fizeram parte da construção, em um amplo processo participativo nos termos dispostos pelo artigo 227, § 7º e 204, II da Constituição Federal. Crianças de 3 a 6 anos também expressaram, por suas diferentes linguagens, seus desejos, necessidades e vontades, que foram traduzidas em ações.

O Plano Nacional pela Primeira Infância será entregue, posteriormente, ao Governo como proposta de ações e metas na área dos direitos da criança de até seis anos de idade, a serem realizadas até 2022, quando o Brasil celebra o bicentenário da Independência. 



Será lançado na terça-feira, 07 dez 2010, a partir das 14h30 na OPAS (Organização Pan Americana da Saúde), no Setor de Embaixadas Norte, Lote 19, Brasília/DF.


Para escutar sobre o Plano clique aqui.
Saiba mais sobre a Rede Nacional Primeira Infância (RNPI) clicando aqui.



Mais informações: clique aqui
(61) 3045-6536
http://primeirainfancia.org.br

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Por uma infância sem racismo



Belíssimo o vídeo da campanha: Infância sem racismo.
“Qual sorriso é mais bonito? Qual olhar é mais digno? Qual vida vale mais? Alguma vida vale menos?“

Do Blog Maria Frô

Para acessar o site oficial, clique aqui.
Para ver um vídeo oposto à campanha, que incita as crianças ao racismo, clique aqui.