quarta-feira, 21 de novembro de 2012

IV Mostra de Artes Indígenas na FAD/UDESC 2012


IV MOSTRA DE ARTES INDÍGENAS
FAED/UDESC/Florianópolis/Brasil

Dia 23/11/2012 - Abertura
Sexta feira
17:30 h

Auditório da FAED/ UDESC
Av. Madre Benvenuta 2007/ 2o. andar
Bairro Santa Mônica
Florianópolis . Santa Catarina . Brasil

Lançamento dos livros:

Tonico Benites (LACED/UFRJ): A escola na visão Ava Kaiowá 

Adão Karaí Tataendy Antunes e outros (NEPI/UFSC): Kyringue arandua rupinguare: as ideias das crianças (Mbya Guarani)

Dia 23/11/2012 - Filme
Sexta feira
18:15 h

Terra Vermelha (2008-Brasil/Itália)

Debatedor especialmente vindo da Terra Conflagrada:
Tonico  Benites
Assembleia Aty Guasu/Pós-graduação em antropologia/UFRJ)

(A vida imita os filmes.....) 

Mato Grosso do Sul, 2008. O suicídio de duas meninas Guarani-Kaiowa desperta a comunidade para resgatar suas próprias origens, perdidas pela interferência do homem branco. O conflito de terras e de culturas intensifica-se quando o jovem Osvaldo, membro da tribo acaba conhecendo a filha do fazendeiro. Um encontro em que a força do desejo transpassa e ao mesmo tempo acentua  o desentendimento entre as civilizações.

Diretor:
Marco Bechis / Duração: 108’

ATIVIDADE ABERTA, PUBLICA E GRATUITA

Promoção
Divuant/NEPI/ CINEARTH

Mais informações no blog da Mostra clicando aqui.



Leia também:


"CARTA PÚBLICA - Revista Veja: direito de resposta aos Guarani-Kaiowá já", clicando aqui.

sábado, 17 de novembro de 2012

Revista Veja: direito de resposta aos Guarani-Kaiowá já



CARTA PÚBLICA

Revista Veja: direito de resposta aos Guarani-Kaiowá já

“A escrita, quando você escreve errado, também mata um povo”. Assim afirmaram os professores Guarani-Kaiowá a respeito do que foi publicado na revista Veja, em 4 de novembro, sobre a luta de seu povo pelos seus territórios tradicionais.

Sob os títulos de “A ilusão de um paraíso” e “Visão medieval de antropólogos deixa índios na penúria” (nas versões impressa e virtual, respectivamente), a reportagem parte de uma visão: i) claramente parcial no que diz respeito à situação sociopolítica e territorial em Mato Grosso do Sul, pois afirma que os indígenas querem construir “uma grande nação guarani” na “zona mais produtiva do agronegócio em Mato Grosso do Sul”; ii) deliberadamente distorcida quanto à atuação política dos grupos indígenas supracitados e dos órgãos atuantes na região, desmoralizando os primeiros ao compará-los, ainda que indiretamente, a “massas de manobra” das organizações supostamente manipuladoras e com uma “percepção medieval do mundo”; iii) irresponsável e criminosa, por estimular medo, ódio e racismo, como se vê no seguinte trecho: “o resto do Brasil que reze para que os antropólogos não tenham planos de levar os caiovás (sic) para outros estados, pois em pouco tempo todo o território brasileiro poderia ser reclamado pelos tutores dos índios”.

A reportagem, assinada pelos jornalistas Leonardo Coutinho e Kalleo Coura, não perdeu “a oportunidade de apresentar, mais uma vez, a imagem dos Guarani e Kaiowá como seres incapazes, como [se] nós indígenas não fossemos seres humanos pensantes. Fomos considerados como selvagens e truculentos”, conforme escreveu o Conselho da Aty Guasu, a assembleia Guarani e Kaiowá, em nota pública lançada no último dia 5.

O documento repudia “a divulgação e posição racista e discriminante” do texto e reafirma a autonomia organizativa e política Guarani e Kaiowá na luta pela recuperação dos territórios. “A Luta pelas terras tradicionais é exclusivamente nossa. Nós somos protagonistas e autores da luta pelas terras indígenas. [E] nós envolvemos os agentes dos órgãos do Estado Brasileiro, os agentes das ONGs e todos os cidadãos (ãs) do Brasil e de outros países do Mundo”, afirmou a Aty Guasu. Ali também denuncia o tratamento difamatório na reportagem, reiterada na nota da Comissão de Professores Guarani-Kaiowá ao indicar que, propagando o ódio contra os indígenas, “a matéria quer colocar um povo contra outro povo. Quer colocar os não-índios contra os indíos. Essa matéria não educa e desmotiva. Ao invés de dar vida, ela traz a morte”.

*
A conjuntura em que estão inseridos os Kaiowá e Guarani lhes é extremamente desfavorável. Num momento em que se procura gerar uma negociação que busque superar os conflitos entre indígenas e fazendeiros no Mato Grosso do Sul, a revista teima em incendiar os ânimos de seus leitores ruralistas. A matéria carrega em si uma série de falhas na apuração das informações, apresentando fatos falsos ou distorcidos:

1. A reportagem expõe e reforça uma imagem distorcida e estigmatizada dos indígenas como dependentes de órgãos púbicos e privados, usuários de drogas e reféns dos interesses de indivíduos ou organizações exógenas às comunidades. Essa imagem estimula o racismo, o ódio e preconceito contra indígenas, problema histórico no Brasil, em geral, e no Mato Grosso do Sul, em particular, podendo intensificar a tensão e a violência já sofrida pelo povo Guarani-Kaiowá.

2. Aciona, também, preconceito contra a sociedade não-indígena, quando afirma que a população apoiadora da causa é manipulada, conforme explicitado na nota da Aty Guasu: a “(…) REVISTA VEJA considera que esses cidadãos (ãs) manifestantes seriam ignorantes e não conheceriam as situações dos Guarani e Kaiowá, os tachando de ignorantes aos cidadãos (ãs) em manifestação”. Há também uma passagem de sexismo sugestivo no texto, citando mulheres que “não perderam a chance de protestar de peito aberto diante das câmeras”

3. Omite a verdade quando ignora de maneira retumbante os posicionamentos públicos dos indígenas Guarani-Kaiowá organizados em sua assembleia maior, a Aty Guasu

4. Deturpa de maneira generalizada o conteúdo da carta dos Kaiowá de Pyelito Kue, imputando suas denúncias a organizações exógenas e creditando ao Cimi sua autoria e divulgação. A reportagem, no mínimo, não atentou às datas de divulgação do carta, escrita de próprio punho por lideranças de Pyelito Kue e endereçada à Aty Guas no dia 9 de novembro. Deturpações como essa são usadas para corroborar a tese de que os Kaiowá são “manipulados” pelo Cimi, pelos antropólogos e pela Funai;

5. Não foram checadas informações e acusações. As organizações citadas no texto, notadamente o Conselho Indigenista Missionário, nunca foram questionadas pela reportagem sobre as informações e acusações;

6. Uso de fonte questionável. O antropólogo citado na matéria, Edward Luz, não é pesquisador dos Guarani e Kaiowá, sequer do Mato Grosso do Sul. É, sim, missionário evangélico, membro do Conselho Consultivo do Instituto Antropos, diretor da Associação das Missões Transculturais Brasileiras (AMTB), vinculada à Missão NovasTribos do Brasil, o braço brasileiro da ONG internacional New Tribes Mission, organização que já foi expulsa ou impedida de entrar em diversas aldeias indígenas pelo órgão indigenista oficial brasileiro, a Fundação Nacional do Índio. É a mesma fonte, também, de outras matérias na revista com o mesmo teor antiíndigena;

7. Houve ma-fé no uso de informações desmentidas há tempos. As informações destacadas no mapa sobre a dita “Nação Guarani” – que revisaria limites territoriais nacionais e internacionais – e a demarcação contínua das terras do sul do Estado do Mato Grosso do Sul já foram desmentidas por indígenas e posteriormente por antropólogos e pela própria Funai, e novamente pelos indígenas durante as agendas de audiências públicas no Congresso Nacional na última semana.

8. Uso de apenas uma linha de entrevista, de maneira descontextualizada, com um único indígena – mesma fonte da matéria anterior sobre os Kaiowá e Guarani – no sentido de sugerir concordância com o texto conclusivo da matéria.
9. Exposição indevida da imagem de crianças indígenas em fotografia utilizada para ilustrar reportagem preconceituosa, com contornos sensacionalistas, ofensivos e que faz juízo de valor depreciativo de sua comunidade.

Dessa forma, o Conselho da Aty Guasu, grande assembléia dos povos Guarani Kaiowá, em conjunto com as demais organizações signatárias, vem a público denunciar a postura criminosa da Revista Veja.

A Aty Guasu Guarani e Kaiowá e a Comissão de Professores Guarani e Kaiowá exigem a investigação rigorosa e punição cabível dos responsáveis, bem como o direito de resposta aos Guarani e Kaiowá na revista Veja. Tais demandas também farão parte de Representação ao Ministério Público Federal para que este, dentro de suas competências constitucionais, tome as medidas necessárias. A imprensa é livre para se posicionar da forma que bem entenda – no entanto, os “fatos” que norteiam a reportagem citada são falsos. Não se trata de uma questão de opinião, e, sim, de irresponsabilidade. Os povos Guarani e Kaiowá já foram vitimados suficientemente por irresponsabilidades.

Dourados, 14 de novembro de 2012

Conselho Aty Guasu (Grande Assembleia do povo Guarani e Kaiowá)
Comissão de Professores Kaiowá e Guarani
Campanha Guarani


Coassinam:

Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, MG e ES (APOINME)
Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB)
Associação Brasileira de Etnomusicologia (ABET)
Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé
Comissão Pastoral da Terra (CPT)
Conselho Federal de Psicologia (CFP)
Conselho Indígenista Missionário (Cimi)
Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC)
Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ)
GT Combate ao Racismo Ambiental
Justiça Global
Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social
Instituto Socioambiental (ISA)
Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB)
Inst. Nac. de Ciência e Tec. de Inclusão no Ensino Superior e na Pesquisa (INCTI)
Mestrado Prof. em Sustentabilidade junto a Povos e Terras Indígenas (CDS/UnB)
Movimento Brasil pelas Florestas
Movimento de Mulheres Camponesas (MMC)
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
OcupaBelém
OcupaSampa
Plataforma Dhesca Brasil
Rede Jubileu Sul Brasil
Rede Nacional de Advogados Populares (RENAP)
Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH)
Terra de Direitos – Organização de Direitos Humanos


*
Ainda dá tempo da sua organização ou coletivo assinarem a carta. Envie uma mensagem para nós no campo dos comentários!

Reproduzido de Campanha Guarani
14 nov 2012

Leia também:

“Nota de repúdio da Aty Guasu frente à divulgação de Guarani e Kaiowá na revista Veja” (04/11/12), reproduzido em Emíndio, clicando aqui.

domingo, 11 de novembro de 2012

"Infância, Educação e Novas Tecnologias - O que fazer?"


Pergunta: "Infância, Educação e Novas Tecnologias - O que fazer?"

Minha resposta:

Os professores e pais (críticos) podem fazer a mediação dos programas e conteúdos propagandeados pelas mídias hegemônicas e monopolizadas, criar condições para que todos se livrem das imposições da indústria da educação/comunicação/informação, e re-evolucionar criando os próprios canais de comunicação da escola para a sua comunidade, para a sociedade e o mundo.

Dialogar, escutar e re-conhecer na voz da criança o seu direito a participar e discutir tudo, com ela re-criar o saber/fazer/poder e amar “na” Educação.

Trans-formar cada sala de aula em uma Assembleia e, dali, desenhar os rumos da semana, do bimestre, do semestre e do ano letivo, junto e respeitando a vontade e voz da criança.

Re-fundar o currículo, os conteúdos e o jeito de ensinar-aprender na Escola, não reproduzir as arcaicas formas de silenciar a voz da criança - a começar do "psiu!". Respeitar e libertar a voz da criança!

Exigir que os governantes e poderes públicos respeitem os direitos da criança, em especial no reconhecimento da comunicação como um direito humano.

Exigir que a Escola seja adequada e aparelhada, garantindo o espaço privilegiado e fundamental para que as tecnologias promovam as ações de Educação e Comunicação a fim de que todos bem vivam na plenitude de seus direitos inalienáveis.

Lutar pela democratização dos meios de comunicação!

Leo Nogueira Paqonawta

sábado, 10 de novembro de 2012

Ludwig Schwennhagen e a "Antiga História do Brasil: de 1100 a.C. a 1500 d.C."


Antiga História do Brasil

Essa admirável obra que apresentamos,  “Antiga História do Brasil: de 1100 a.C. a 1500 d.C.”, de Ludwig Schwennhagen, é uma das mais raras publicações que falam sobre a pré-história brasileira. O livro escrito pelo pesquisador austríaco que investigou durante anos a história desconhecida do Brasil data de 1928, ano em que foi publicado pela Imprensa Oficial de Teresina, e menciona sob o título: Tratado Histórico de Ludovico Schwennhagen, professor de Filosofia e História.

Link/enlace para baixar/descarregar o livro em PDF a Parte 1 e Parte 2

Reproduzido de Manoa Expedições
17 nov 2009

Presentación del Libro "Los Derechos de los Pueblos Originarios" en Mar del Plata/Argentina



"Derechos de los Pueblos Originarios"
Por Professor José Javier Rodas

Presentación del Libro "Los Derechos de los Pueblos Originarios" el día 10-11-12 en la Feria del Libro de Mar del Plata/Argentina.

10 nov 2012

Leia também:

“José Javier Rodas presentó el libro ‘Los Derechos de los Pueblos Originarios" (15/01/12) clicando aqui.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Emir Sader: “Cabem às universidades públicas combater a ‘alienação’ e propor políticas que ampliem os direitos do cidadão”



Emir Sader, em congresso da Clacso no México (06-09/11/12):

“Cabem às universidades públicas combater a ‘alienação’ e propor políticas que ampliem os direitos do cidadão” 
Matéria da Carta Maior, por Marcel Gomes (07/11/12) indicada abaixo).

...Nesse meio acadêmico público tão cheio de mortos-vivos a re-produzir essa anti-vida caótica do mundo em decadência, esses zumbis se fazem de arrogantes representantes de uma des-ordem mundial pela qual têm especial apreço e, multiplicam por mil e um conteúdos e formas o que legitimam como saber para todos os demais sub-viventes, os homens e mulheres “alienados” de sua dignidade como seres de um universo bem provável infinito.

Tratam a universidade e seus setores como coisa privada, como clube de afins que se reúnem para, no mais das vezes, se adularem uns aos outros na soberba de quem manda fazer as receitas e discursos na cozinha e, dão ordens à senzala submissa que lhes serve a vaidade para manter a ordem imperante, intocável, impoluta.

São tão poucos os homens e mulheres dignos nesses campus desérticos quantos são numerosos, como as estrelas visíveis no céu noturno, aqueles acadêmicos e anêmicos que deslizam superioridade entre corredores e salas apinhadas de gente para abastecer o mercado de trabalho feito campo de guerra e de morticínio. Mas, o relativo brilho dessas senhoras e senhores cultos não é senão o vernizinho ou decoração feito de ouro roubado das terras e suas gentes simples - e ignorantes - querendo des-enfeiar suas asinhas de anjos decaídos e membros pequenininhos em contraste ao ego agigantado e mandão.

Pesquisitice aguda, corpos docentes, doentes, in-sanos, pobreza espiritual pura. Sabedoria zero, à esquerda e à direitice conservadora e mantida à óleo de Peroba que lustra seus altares e congressos de santos do pau oco. Des-educação, anti-educação, educação à distância da “universidade necessária”, isso o que nossos doutores da hegemônica lei acadêmica re-produzem na academia pública.

“Não há educação significativa sem o combate à alienação", aponta Emir Sader, “que os cientistas sociais pulem os muros das universidades e façam a teoria sobre a prática política”, nos fala o texto. 

E, das Estrelas infinitas chega o Quetzalcoatl - a Serpente Emplumada - para chamar, com-vocar, e-levar os cientistas sociais, pesquisadores e eternos estudantes à luta por um mundo melhor e do Bem Viver para todos quando essa antiga estrutura des-humana vai ruindo e virando pó nessa história infeliz que produziu e quis perpetuar esse estado de coisas. O tempo/espaço de vocês - Novos Velhos Acadêmicos - acabou. Chega!

Que venha a Guerra, que venha a Luz, que os homens e as mulheres de bem já se amam e se armam para acabar com tudo isso e re-criar esse Outro Mundo!

Dá-lhes, Sader!

Leo Nogueira Paqonawta
Filosomídia

Leia o texto completo de Emir Sader na Carta Maior (07/11/12)

Acompanhe a transmissão ao vivo do Congresso.

Acompanhe os demais eventos do congresso clicando aqui.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

"Em meio ao silêncio e à solidão, a luz sempre virá"...


Célia Laborne

Os mistérios são desfeitos. De dentro do tempo brota a flor, quase materializada e, no seu girar constante, as revelações se manifestam. Há, em nós, um extraordinário mundo adormecido que se abre à nossa consciência, quando adequadamente buscado.

Viver os caminhos novos e distribuir palavras comandadas é uma das mais alegres funções. É como se um rio corresse leve e borbulhante em seu leito recém-aberto. Para que as correntes da Vida jorrem férteis sobre o mundo e, de forma invulgar, deixem suas indeléveis marcas, é preciso que nos ponhamos sempre em maior disponibilidade. O ciclo se esgota muito rapidamente e quem não se abastece na fonte da luz própria vinda do plano superior, muito breve estará sedento no portal do mundo.

As transformações já são grandes e violentas e a própria mente humana adapta-se à captação de vibrações mais sutis. O tempo das auroras é precedido de nebulosidades inquietantes, provas e contrastes vários, mas, é vencendo as brumas que se rompem os véus da realidade ainda oculta à maioria.

Toda a Terra se prepara para a renovação que já se iniciou, pois os planos da natureza estão interligados em plena conexão com todos os reinos. Qualquer um pode pressentir que são novos os ritmos do Universo, que são rápidas as transformações do homem, que os jovens estão aí, destruindo e renovando, para alterar e estabelecer bases mais adequadas ao sutil e ao superior.

O efeito glorioso da luz marca esta época no seu sofrer e no seu despertar sucessivo. Pelos corações mais livres, já vibram correntes de beleza e preparação intensa: caminhos mais altos estão abertos para muitos e já se adivinha o clima novo que se estabelece em vários grupos. – Que os desavisados reformulem sua rota e integrem, a tempo, o trabalho comum, buscando, em si a Lei maior e a Luz superior.

Sê fiel ao teu comando interno, desce ao âmago de ti mesmo e retira dali o mais belo e mais autêntico e harmonioso. Sê, cada vez mais, fiel à purificação de tuas múltiplas expressões humanas, das mais físicas às mais sutis, pois aí está o rumo certo de um dos melhores caminhos de crescimento. Luta pela Paz e limpeza de teu ser e da coletividade.

Limpa tuas palavras e sentimentos, tua memória e pensamento; limpa tudo, a cada dia e a cada hora. Desapega-te dos hábitos impróprios à harmonia universal e das exigências da matéria. A autovigilância começa no próprio acordar espiritual e não termina nunca. Por isso, quando te vires retrocedendo em tua meta, e essa é uma circunstância bem humana, para e investiga; recomeça se necessário for, mas não transige com teu correto ideal de beleza e conhecimento interno.

Sê sempre fiel a essa linha de ascensão que implica grandes sacrifícios, reavaliações e análises de intenção e sentimento. Purifica tudo que te parecer duvidoso. Evita tudo que te afasta da espiral de luz, encara de frente e supera o que te enfraquece ou te mancha o pensamento.

Sem o brilho e a pureza de um cristal serás um espelho inautêntico e embaçado, um escravo de caprichos, limitações e sofrimentos. Amarrado a inquietações, dúvidas e apegos, descerás a espiral que procuras subir, perderás as possíveis conquistas e recomeçarás no meio da escuridão. O encontro com a realidade dependerá sempre mais de ti mesmo do que de fatores externos.

Mas, em meio ao silêncio e à solidão, a luz sempre virá.

Recebido via e-mail da autora. Conheça o seu Blog “Vida em Plenitude” clicando aqui.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Nota de repúdio da Aty Guasu frente à divulgação de Guarani e Kaiowá na revista Veja


Nota de repúdio da Aty Guasu frente à divulgação de Guarani e Kaiowá na revista Veja

Esta nota das lideranças de Aty Guasu Guarani e Kaiowá visa destacar a importância das manifestações públicas conscientes de cidadão (ã) do Brasil em defesa da vida Guarani e Kaiowá.

Além disso, pretendemos repudiar reiteradamente a divulgação e posição racista e discriminante de jornalista Leonardo Coutinho da REVISTA VEJA.

Observamos que na última semana, a REVISTA VEJA divulgou os temas: “VISÃO MEDIEVAL DE ANTROPÓLOGOS DEIXA ÍNDIOS NA PENÚRIA” E “NAÇÃO” GUARANI. Autor-jornalista é o Leonardo Coutinho.

A princípio, nós lideranças Guarani e Kaiowá entendemos que os cidadãos (ãs) brasileiros (as) merecem respeito, em geral, esperam de um jornalismo democrático um resultado da investigação justa e séria dos fatos para divulgá-los com ética e responsabilidade, demonstrando fielmente versões das partes envolvidas de modo a que a opinião pública possa construir conhecimento isento a respeito do tema divulgado, não é o que se constata na REVISTA VEJA diante da situação do Guarani e Kaiowá em foco.

Em primeiro lugar, constatamos que na divulgação mencionada de REVISTA VEJA há manifestação de racismo, preconceito e discriminação. Assim, fica evidente que o jornalista Leonardo Coutinho é racista, ele não procura compreender e divulgar a realidade dos Guarani e Kaiowá, faltando com a verdade total consigo mesmo, ou melhor, se desrespeitando e mentindo para todos (as) cidadãos (ãs) do Brasil. Visto que esse jornalista racista da REVISTA VEJA nem se preocupa em fazer o trabalho de jornalista a partir de uma aproximação minimamente científica, mas ele fez e divulgou o tema Guarani e Kaiowá de modo distorcida a partir de corpus de informações sem fundamento, meramente embasado em senso comum e sem valores científicos.

No contexto atual, é importante se observar que diante da manifestação contínua dos cidadãos (ãs) do Brasil em favor da demarcação e devolução de territórios tradicionais aos Guarani e Kaiowá, a imprensa REVISTA VEJA, como sempre, não perdeu a oportunidade de apresentar, mais uma vez, a imagem dos Guarani e Kaiowá como seres incapazes, como nós indígenas não fossemos seres humanos pensantes, fomos considerados como selvagens e truculentos; assim, nesta manchete da REVISTA VEJA há, antes de tudo, incitação ao preconceito, a discriminação e ao ódio o que acaba por colocar em risco total toda a população Guarani e Kaiowá, alimentando violências, racismo, discriminação e estigmas sobre os Guarani e Kaiowá, por isso, nós lideranças da Aty Guasu pedimos as autoridades competentes para realizar uma investigação rigorosa e punição cabível ao autor, Leonardo Coutinho que foi responsável pela divulgação de imagem negativa Guarani e Kaiowá na REVISTA VEJA.

Diante dessa divulgação infundada da REVISTA VEJA a respeito de luta Guarani e Kaiowá, nós lideranças indígenas não acreditamos que a maioria dos cidadãos (ãs) do Mato Grosso do Sul e do Brasil tenha conhecimento sobre Guarani e Kaiowá somente a partir do senso comum a distância, porém compreendemos que todos (as) brasileiros (as) manifestantes são educados e adquirem os seus conhecimentos sobre a situação atual Guarani e Kaiowá a partir de observações diretas da realidade do grupo social que por isso têm fundamentos para refletir e se manifestar como cidadão (ã). De fato, é isso que está ocorrendo no último mês no Brasil, cidadãos (ãs) conscientes se manifestaram e ainda se manifestam, através das redes sociais e em espaços públicos, em favor da vida dos Guarani e Kaiowá, exigindo as efetivações de direitos humanos e indígenas. Porém, o jornalista Leonardo da REVISTA VEJA considera que esses cidadãos (ãs) manifestantes seriam ignorantes e não conheceriam as situações dos Guarani e Kaiowá, os tachando de ignorantes aos cidadãos (ãs) em manifestação. Em nosso entendimento, como indígenas Guarani e Kaiowá, consideramos sim que esses cidadãos (ãs) manifestantes de várias federações do Brasil conhecem muito bem a nossa história e nossa situação atual, por essa razão ampla se manifestam em favor de nossa vida para garantir a nossa sobrevivência. Enquanto o Leonardo Coutinho da REVISTA VEJA tenta colocar os Guarani e Kaiowá em risco total além de ignorar os conhecimentos dos cidadãos (ãs) manifestantes.

Queremos deixar evidentes que nós lideranças da Aty Guasu Guarani e Kaiowá de modo autônomos e conscientes vimos lutando pela recuperação de nossos territórios antigos, essa luta pelas terras tradicionais é exclusivamente nossa, nós somos protagonistas e autores da luta pelas terras indígenas, nós envolvemos os agentes dos órgãos do Estado Brasileiro, os agentes das ONGs e todos os cidadãos (ãs) do Brasil e de outros países do Mundo.

Finalizando, nós lideranças da Aty Guasu Guarani e Kaiowá de modo conscientes vamos lutar sem parar pela recuperação de nossas terras antigas, juntamente com cidadãos (ãs) manifestantes do Brasil em destaque, continuaremos a lutar contra GENOCÍDIO Guarani e Kaiowá e iremos insistir na necessidade premente do Estado brasileiro se envolver profundamente com o nosso problema Guarani e Kaiowá do Mato Grosso do Sul. Sabemos que Governo do Brasil tem seu dever Constitucional assumir e decidir com firmeza e rigor uma dinâmica eficaz para fazer respeitar Direitos Humanos e Indígenas no Mato Grosso do Sul. Entendemos perfeitamente que é dever do Estado brasileiro viabilizar recursos financeiros e humanos, refletir e planejar estratégias que culminem em soluções efetivas aos problemas fundiários dos Guarani e Kaiowá aqui focada. Diferentemente da REVISTA VEJA, temos grande esperança e entendemos que os apoios de manifestantes dos cidadãos (ãs) do Brasil deverão contribuir, no tempo, para melhorar a qualidade de vida dessa grande parcela do nosso povo Guarani e Kaiowá do Mato Grosso do Sul.

Por fim, prestamos o nosso imenso agradecimento a todos (as) cidadãos (ãs) manifestantes pela compreensão e atenção merecida. A nossa luta continua contra GENOCÍDIO.

Atenciosamente,

Tekoha Guasu Guarani e Kaiowá, 04 de novembro de 2012
Lideranças da Aty Guasu Guarani e Kaiowá-MS

05 nov 2012

Leia também:

"CARTA PÚBLICA - Revista Veja: direito de resposta aos Guarani-Kaiowá já", reproduzida em Emíndio (17/11/12) clicando aqui.

sábado, 3 de novembro de 2012

Parlamento Internacional de Comunicación Indígena y Plurinacionalidad: 13 al 16 noviembre 2012 . Buenos Aires/Argentina



Parlamento Internacional de Comunicación Indígena y Plurinacionalidad
13 al 16 noviembre . 2012
Buenos Aires/Argentina

Organizado por la Coordinadora Latinoamericana de Cine y Comunicación de los Pueblos Indígenas (CLACPI), el Centro de Comunicación Mapuche KONA (Argentina) y el Grupo de Estudios y Comunicación Mapuche Lulul Mawhida (Chile) el “Parlamento Internacional de Comunicación Indígena y Plurinacionalidad” será una instancia importante para que los Pueblos Originarios generen políticas públicas de Comunicación Indígena y Plurinacionalidad. Se realizará en Buenos Aires desde el 13 al 16 de noviembre

“La propuesta es elaborar una legislación de comunicación indígena que permita a las organizaciones de los pueblos originarios y colectivos de comunicación generar políticas públicas. Así también impulsar el derecho a la comunicación, aspecto fundamental en el proceso de fortalecimiento de la autodeterminación y autonomia”.

Más informaciones en CLACPI

Wikileaks publica carta que revela: MS zombou de Guarani-Kaiowás



Wikileaks publica carta que revela: MS zombou de Guarani-Kaiowás

Redação
Portal Vermelho/Agência Pública
30/10/2012

O drama dos Guarani-Kaiowá, de Mato Grosso do Sul, chamou a atenção das redes sociais nas últimas semanas, mas não tem comovido as autoridades do estado, conforme demonstram documentos divulgados pelo Wikileaks.

Um comunicado diplomático de março de 2009 relata uma visita do então cônsul norte-americano no Brasil, Thomas White, ao estado. Sua comitiva manteve conversas com o governador André Puccinelli (PMDB) e outras figuras de peso, como o então presidente do Tribunal de Justiça do estado, Elpídio Helvécio Chaves Martins.

O telegrama, de 21 de maio de 2009 e endereçado ao Departamento de Estado dos Estados Unidos pelo Consulado de São Paulo, relata a visita do cônsul-geral e sua equipe ao Mato Grosso do Sul. Segundo o documento, durante os quatro dias de visita, houve reuniões com membros do governo federal e estadual, do setor privado e também com lideranças indígenas.

O telegrama revela que a ideia de que os Guarani-Kaiowá poderão ter mais terras demarcadas é vista com desdém pelas autoridades locais.

“O governador Puccinelli zombou da ideia de que a terra, num estado como o Mato Grosso do Sul, cuja principal atividade econômica é a agricultura, poderia ser retirada das mãos dos produtores que cultivam a terra há décadas para devolvê-la aos grupos indígenas”, lê-se.

Além de Puccinelli, entre os entrevistados estavam o então presidente do TJ-MS, Elpidio Helvecio Chaves Martins e o presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul, Sergio Marcolino Longen. Do outro lado da disputa, além de lideranças indígenas (os guarani Otoniel Ricardo, Teodora de Souza, Edil Benites e Norvaldo Mendes) foram ouvidos representantes de grupos que fazem a defesa dos direitos indígenas, como o procurador Federal Marco Antonio Delfino e o advogado do Conselho Indigenista Missionário Rogerio Battaglia, entre outros.

O desembargador Chaves Martins, por sua vez, ponderou, na conversa com a delegação norte-americana, que a demarcação de novas terras para os indígenas poderia ter efeitos negativos – ao contrário do que reivindica o movimento indígena.

“Chaves advertiu que as tendências ao separatismo nas comunidades indígenas – concentrando os índios em reservas expandidas – só iriam agravar os seus problemas. Dourados tem uma reserva vizinha, que Chaves previu que se tornará a ‘primeira favela indígena do Brasil’ se persistir a tendência a isolar e dar tratamento separado aos povos indígenas”, relata o cônsul.

Segundo defensores dos direitos indígenas, a reserva de Dourados tem péssimas condições de vida em função da sobrepopulação ocasionada pela falta de terras: são 11,3 mil pessoas vivendo em 3,5 mil hectares.

O então presidente do Tribunal de Justiça também reclamou de “calúnias” que as autoridades locais sofrem dos ativistas, sendo acusadas de “tortura e racismo”, quando estão simplesmente “tentando cumprir a lei”.

Segundo recentes relatórios do Conselho Indigenista Missionário, há mais assassinatos entre indígenas no Mato Grosso do Sul, e particularmente entre os Guarani-Kaiowá, do que em todo o resto do Brasil: entre 2003 e 2011, foram 279 em MS, e 224 no restante do Brasil. O estado também se destaca pelo número de suicídios entre indígenas e outras mazelas, como desnutrição infantil.

Índios deviam “aprender a trabalhar”

De modo geral, avalia o comunicado diplomático, as autoridades locais acreditam que as demandas indígenas pelas demarcações e o retorno ao estilo de vida tradicional “não têm base”.

“Autoridades municipais e estaduais perguntaram como os índios dali reivindicavam ser índios, se eles ‘usam carros, tênis, drogas’. Eles reclamaram dos subsídios públicos dados aos índios, afirmando que eles deveriam ‘aprender a trabalhar como qualquer um’”, relata ainda o telegrama.

O telegrama expressa a conclusão de que não há “solução fácil” para o conflito em Mato Grosso do Sul. Para os norte-americanos, apesar de estarem na posse das terras há décadas, somente 30 a 40% dos agricultores devem ter títulos legais no estado – a conclusão é baseada em uma estimativa do geógrafo Ariovaldo Umbelino de Oliveira, da Universidade de São Paulo.

“Era difícil ver um meio termo potencial no conflito entre índios e agronegócio em Dourados. Apesar de os índios parecerem menos radicais do que, por exemplo, o não étnico Movimento dos Sem-Terra (MST), eles parecem não menos dedicados à sua meta de recuperar suas terras ancestrais, e a oposição dos proprietários parece igualmente arraigada”, avalia o telegrama.

Para os americanos, a situação das terras indígenas em MS e outras partes continuará apresentando desafios à democracia brasileira nos próximos anos. “A única coisa que fica clara é que, sem uma postura mais proativa do governo brasileiro, o assunto não vai se resolver por si mesmo”, conclui outro comunicado de 2008 sobre o tema – intitulado significativamente de “o desastre guarani-kaiowá”.

Nas últimas semanas, uma carta da comunidade guarani-kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay (Iguatemi-MS) deflagrou uma ampla campanha de solidariedade com esse povo indígena com base especialmente na internet. A demanda básica dos Guarani-Kaiowá é pela demarcação de terras: atualmente esse povo, o segundo maior do país, soma 43,4 mil pessoas, vivendo em pouco mais de 42 mil hectares.

Na carta, os indígenas afirmam não acreditar mais na Justiça brasileira e, diante do abandono do Estado e das constantes ameaças de pistoleiros, fazem, em tom dramático, o pedido para que seja decretada a “morte coletiva” dos 170 Guarani-Kaiowá da comunidade.

Fonte: Agência Pública (texto e imagens)

Confira o documento anexo em três partes:


Reproduzido de clipping FNDC de Portal Vermelho
30 out 2012