Foto: Alexandre Mury
Dia Nacional do
Saci-Pererê será comemorado em dia 31 de outubro
Em Florianópolis, a Celebração do Dia Nacional do Saci-Pererê será no dia 31 de outubro,
quarta-feira, das 16h30 às 18h30, na Esquina Democrática, em frente à igreja
São Francisco. A promoção é do Sindicato dos Trabalhadores no Poder
Judiciário Federal do Estado de Santa Catarina (Sintrajusc), com apoio do Sindicato
dos Trabalhadores da Universidade Federal de Santa Catarina (Sintufsc) e da
Revista Pobres & Nojentas.
A
lenda é assim! Basta que exista um bambuzal e, de repente, de dentro dos
caniços, nascem os sacis. É como eles vêm ao mundo, dispostos a fazer
estripulias. Conta a história que esses seres já existiam bem antes do tempo
que os portugueses invadiram nossas terras. Ele nasceu índio, moleque das
matas, guardião da floresta, a voejar pelos espaços infinitos do mundo
Tupi-Guarani. Depois, vieram os brancos, a ocupação, e a memória do ser
encantado foi se apagando na medida em que os própriospovos originários foram
sendo dizimados.
Quando
milhares de negros, caçados na África e trazidos à força como escravos,
chegaram no já colonizado Brasil, houve uma redescoberta. Da memória dos
índios, os negros escravos recuperaram o moleque libertário, conhecedor dos
caminhos, brincalhão e irreverente. Aquele mito originário era como um sopro de
alegria na vida sofrida de quem se arrastava com o peso das correntes da
escravidão.
Então,
o moleque índio ficou preto, perdeu uma perna e ganhou um barrete vermelho,
símbolo máximo da liberdade. Ele era tudo o que o escravo queria ser: livre!
Desde então, essa figura adorável faz parte do imaginário das gentes nascidas
no Brasil.
O
Saci-Pererê é a própria rebeldia, a alegria, a liberdade. Com o processo de
colonização cultural via Estados Unidos – uma nova escravidão - foi entrando
devagar, na vida das crianças brasileiras, um outro mito, alienígena,
forasteiro. O mito do Haloween, a hora da bruxa e da abóbora, lanterna de Jack,
o homem que fez acordo com o diabo.
A
história é bonita, mas não é nossa. Tem raízes irlandesas e virou dia de
frenéticas compras nos EUA e também no Brasil. Na verdade, a lógica é essa.
Ficar cada vez mais escravo do consumo e da cultura alheia. Jeito antigo de
colonizar as mentes e dominar. É por isso que a Pobres & Nojentas quer
recuperar o Saci, o brasileiro moleque das matas, guardião da liberdade, amante
da natureza que hoje está ameaçada de destruição.
Queremos
vida digna, um país soberano na política, na economia, na arte e na cultura.
Cada região deste Brasil tem seus próprios mitos. Caipora, Boitatá, Curupira,
Bruxa, Negrinho do Pastoreio... São os amigos do Saci que estão presentes na
atividade do Dia do Saci Pererê, saudando e buscando a liberdade.
Mais
informações: Elaine Tavares – 48-99078877 via Facebook
Página
do evento no
Facebook
Foto: Alexandre Mury
Alexandre Mury
Alexandre
Mury trabalha auto-retratos, a partir de releituras de ícones, da pintura, escultura,
cinema, literatura e outras referências da cultura universal usando a
fotografia como suporte. O artista fotografa desde os 16 anos e realizou sua
primeira exposição coletiva importante em 2010 no MAM-RIO (Museu de Arte
Moderna do Rio de Janeiro), fazendo parte da coleção de Gilberto Chateaubriand.
Nascido
no estado do Rio de Janeiro, no dia 13 de janeiro de 1976 é um artista por
vocação, desde criança desenhou e pintou. A fotografia como expressão vem
legitimá-lo como artista a partir do momento em que começa a ter suas primeiras
obras na coleção de renomados colecionadores brasileiros de arte como Joaquim
Paiva. Através da livre interpretação recontextualizada, lúdica e intrigante
faz ressignificar célebres criações eternizadas e convida para repensar os
clássicos. O caráter performático, a auto-direção, a escolha e produção de
figurinos e cenários esquadrinham o estilo, inventividade e habilidades de um
multiartista. A auto-imagem e o discurso do “eu” orientam a unicidade no
conjunto de uma obra bastante eclética. O improviso e a visão alegórica
remetendo as coisas do Brasil com uma estética vernacular e peculiar no
trabalho do artista que explora o contexto contemporâneo mundial de reciclagens
e releituras.
Conheça mais sobre o artista clicando aqui.
Foto: Alexandre Mury "como" Dr. Gachet, pintado por hospedagem de site grátis Van Gogh (1890) atualmente exposto no Museu D'Orsay (Paris/França)
Foto: Alexandre Mury "como" Dr. Gachet, pintado por hospedagem de site grátis Van Gogh (1890) atualmente exposto no Museu D'Orsay (Paris/França)
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