Dissertação
“Ciber-informações nativas: uma
análise da circulação da informação dos cibermeios de autoria de povos
indígenas residentes no território brasileiro (2005-2012)” *
O trabalho
“Ciber-informações nativas: uma análise da circulação da informação dos
cibermeios de autoria de povos indígenas residentes no território brasileiro
(2005-2012)” defendido pela bolsista da CAPES Joana Brandão Tavares, com
orientação do professor Elias
Machado, no Programa de
Pós-Graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina
em 2012 foi escolhido como Melhor Dissertação de Mestrado da oitava edição do Prêmio Adelmo Genro Filho de Pesquisa
em Jornalismo (PAGF 2013).
“Foi um trabalho de grande dedicação e é
imensamente gratificante receber este reconhecimento de uma instituição tão
séria academicamente como a SBPJor”, afirmou a pesquisadora premiada. “A
dissertação de Joana Tavares trata de um objeto pouco estudado e tem alto
padrão acadêmico. Um dos membros da banca examinadora, o professor Fausto Neto
da Unisinos, chegou a propor para a mestranda que desse continuidade à
pesquisa, candidatando-se de imediato ao doutorado”, explicou o orientador,
Elias Machado.
Atualmente,
Joana Tavares está na Índia, realizando trabalho voluntário na Associação
Navdanya, após realizar estágio como jornalista na Deutsch Welle, em
Berlim, na Alemanha. “Parabenizamos pela excelência acadêmica da dissertação”,
disse o coordenador do PAGF-2013, professor Leonel Aguiar (PUC-RJ). “Nossos
cumprimentos são efusivos, e o resultado expressa a seriedade do PAGF”,
completou a presidente da SBPJor, professora Dione Moura, da UnB.
Nas oito
edições da premiação, é a quarta vez que um orientando do professor Elias
Machado recebe o Prêmio Adelmo Genro Filho. No ano passado, o prêmio de melhor
dissertação de mestrado também coube a uma aluna formada pelo Programa de
Pós-Graduação em Jornalismo da UFSC: Juliana Fernandes Teixeira, autora de
“Webjornalismo audiovisual universitário no Brasil: um estudo dos casos TV UVA,
TV UERJ e TJ UFRJ (2001 – 2010)”. Em 2006, a contemplada foi Leila
Almeida, na categoria melhor dissertação, e, em 2009, a ganhadora foi Carla
Schwingel, na categoria melhor tese de doutorado, ambas alunas do POSCOM/UFBA.
Elias Machado
é professor do Departamento de Jornalismo, onde lidera o Laboratório de
Pesquisa Aplicada em Jornalismo Digital (LAPJOR), e diretor de Projetos da
Pró-Reitoria de Pesquisa da UFSC.
O Prêmio Adelmo Genro Filho, organizado pela Associação Brasileira de Pesquisadores em
Jornalismo (SBPJor) desde 2005, seleciona anualmente os melhores trabalhos nas
categorias de iniciação científica, mestrado e doutorado, além de reconhecer um
pesquisador sênior na área. É uma homenagem ao ex-professor da Universidade
Federal de Santa Catarina, falecido em 1987, pela relevante contribuição para
consolidar o Jornalismo como disciplina científica e prática profissional
específica. Neste ano o trabalho de Joana Tavares concorreu com mais 34 outras
dissertações inscritas por pesquisadores de programas de pós-graduação
brasileiros. A entrega da premiação que consiste em placa e diploma para a
ganhadora e diploma para o orientador está prevista para o dia 7 de novembro
deste ano na Universidade de Brasília, durante o 11º Encontro Nacional de
Pesquisadores em Jornalismo.
Mais informações:
Joana Brandão
Tavares: joanabrandao@hotmail.com
Prof. Elias
Machado: elias.machado@ufsc.br
Telefone: +55
(48) 3721-9437
Para acessar a
dissertação vencedora do Prêmio clique aqui.
Reproduzido
de Notícias
da UFSC
11 out 2013
* RESUMO
Esta
dissertação analisa as informações de autoria de povos indígenas produzidas
para cibermeios com o objetivo de investigar como se dá a circulação dos
conteúdos dessas publicações. Para analisar esse objeto, foi preciso
sistematizar as principais características, usos e funções destas informações,
aqui chamadas de ciber-informações nativas. A partir do aporte teórico das
teorias do jornalismo alternativo, comunitário, público e participativo
buscou-se compreender a função política e social destas informações na esfera
pública e, assim, apreender seu potencial de circulação. A cobertura das
organizações jornalísticas sobre povos indígenas também foi analisada, de forma
que fosse possível compreender as inter-relações, reais e possíveis, entre
diversas formas de comunicação na esfera pública. A metodologia utilizada foi a
do Grupo de Pesquisa em Jornalismo On-line (GJOL) e os procedimentos
metodológicos adotados foram entrevistas, questionários e análise de conteúdo
das publicações dos cibermeios indígenas e jornalísticos. Conclui-se que os
indígenas incorporaram as dinâmicas da sociedade em rede, da convergência e a
política democrática e o modus operandi do jornalismo de publicização da
informação desenvolvendo negociações que permitam alcançar objetivos
individuais e comunitários. Observou-se três limitações na cobertura
jornalística sobre povos indígenas: falta de diversidade de fontes, ausência da
perspectiva indígena e simplificação da realidade indígena. As causas para
essas limitações foram analisadas e articuladas no conceito de geografia da
notícia, que busca descrever como as relações entre profissionais, técnica e
deontologia jornalística, fontes e contexto cultural resultam no conhecimento
transmitido nas notícias.
Palavras-chave:
Jornalismo on-line, jornalismo participativo, povos indígenas, comunicação
comunitária, blogues, rede.
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