domingo, 19 de junho de 2011

Guerreiros da comunicação


“Guerreiros da comunicação

No Xamanismo, um dos valores fundamentais do guerreiro é a maneira com que ele trata seu passado, ele não tem passado. Simplesmente o guerreiro não olha para trás, justifica suas antigas escolhas como resultado de sua própria expressão e olha para frente com a certeza de que tudo aconteceu para que ele chegasse ao exato momento presente.

Vivendo sem o peso do passado ele alcança o desapego. Não apenas de coisas e pessoas, mas de sentimentos. Uma vida livre de culpa, sem arrependimentos ou expectativas, tentando alcançar o equilíbrio do tempo concentrado nas questões que ainda podem ser resolvidas.

E não é apenas teoria. O guerreiro, ignorando o passado, utiliza sua energia desenvolvendo seus talentos no presente, pensando, planejando e testando suas ações, trabalhando suas atitudes como forma de moldar seus próprios interesses.

O guerreiro vive com a certeza de que é o único responsável por tudo o que lhe acontece, tudo. Ele sabe que a única coisa que realmente importa é ser impecável em suas ações no dia-a-dia, esperando que obtenha retorno condizente ao seu merecimento. O guerreiro está sempre mudando, ele se transforma a toda hora.

Trago comigo esses pensamentos desde a leitura de um dos clássicos do Castanheda, e embora esbarre nas minhas limitações de repetição de erros e acabe valorizando problemas mais do que deveriam, busco sempre agir como um guerreiro. E como é difícil.
A comunicação nos traz desafios que vão além de outras áreas profissionais. O fato de todo comunicador ter a difícil mania de pensar a comunicação, suas causas, sua abrangência, a magia que é capaz de transformar pessoas e até a sociedade, torna ele um guerreiro.

Somente um guerreiro é capaz de ignorar as injustiças que aborda e continuar trabalhando reto no seu caminho, com o mesmo entusiasmo, amor às suas causas, pensando naquilo que por vezes só será valorizado longe da mídia.

Nos primeiros semestres da faculdade, na Famecos, um professor de jornalismo falou para todos os entusiastas da sala que ali ninguém ficaria rico trabalhando, que poderíamos perder a ilusão de que a comunicação seria fonte de rendas extraordinárias. Disse que a maioria trabalharia mais de 10 horas por dia e que teríamos a maior recompensa no amor à profissão, nos encantos que a comunicação proporciona em nossas vidas.

Hoje, quase 15 anos depois, vejo que ele tinha razão, não só com relação às recompensas financeiras, mas porque trabalhar com comunicação é de certa forma agir como um guerreiro, se transformando com o aprendizado diário das coisas que lê, assiste e interpreta. São como guerreiros que jornalistas viram noites nas redações, que publicitários são obrigados a montar sua empresa para prestar serviços dentro de agências, que relações públicas são obrigados a explicar o inexplicável perante uma crise de imagem. Tudo sem tirar o pé do acelerador, mantendo sempre a perspectiva de tempos melhores.

Os desafios da comunicação são mesmo encantadores, e hoje mais abrangentes. Pensar a comunicação não é mais privilégio de quem vive da comunicação, qualquer pessoa ao postar no seu facebook acaba sentindo a magia da interpretação, da aceitação, da indiferença ou da força que possui ao expressar suas palavras e defender suas causas.

Estudar e trabalhar a comunicação é viver longe da inércia, é buscar a reflexão e transformação de tudo e de todos.”

Luciano Suminski
13 jun 2011

Reproduzido do VMTV

terça-feira, 14 de junho de 2011

Acredita, olha bem alto que nem criança...


A vida chama-te

Maria José dos Santos Leite*

Amigo conhecido, desconhecido
Peregrino na vida e sua caminhada,
Abre o coração,vem, canta comigo,
Solta tua alegria, vem dar boa risada.

A Vida Chama-te
Vê os pássaros, vivem livres sem drama,
À alvorada dão as mais belas canções,
Cumprem sua função e nenhum reclama.
Na simplicidade do ser exercem suas missões.

A Vida Chama-te
Abra teu coração para a beleza infinita,
E verás como Viver é benção bendita.
Vem amigo voar na dança do Universo,
Dá-me a mão vem voar, eu dou-te este verso.

A vida chama-te
Para voares livre e feliz, olha em frente
O ontem já o foi, agradece-lhe o que passou.
Na tua vida és herói, agora tudo recomeçou,
Vem entrega-te cheio confiança e fé ardente.

A Vida Chama-te
Abre os braços, vem voar docemente,
A Vida acontece num bailado sem fim,
É a dança da Vida que alegremente
Te está a chamar, vem confia em mim.

A vida chama-te
Com toda a sua doçura e cheia de magia,
Amigo vem, dança comigo, usa a confiança,
Solta tua Luz, olha a Vida cheia de poesia,
Acredita, olha bem alto que nem criança

A Vida Chama-te
Tão longa e tão curta esta passagem,
Também é cheia de cor matizada,
Que mais parece uma miragem
Que temos que abraçar a bela mensagem.

A vida chama-te
Liberta-te das amarras do dever ser
Com Amor vem cantar uma nova canção,
Neste abraço universal vem Viver,
Entrega-te à Luz que está em teu coração.

A Vida Chama-te
Para com ardor e alegria viveres,
Vem-lhe agradecer, deixa-te abraçar
Pela Luz, Amor, para a dor venceres
Num imenso abraço fraterno, a Humanidade Amar.

Poema dedicado a todo o Irmão que se sente perdido,
pensando que a vida não tem sentido.
É só deixar acontecer, e com alegria viver.

14 de junho de 2011

* Escritora, poeta, PORTUGUESA, de alma e coração bem português! E que ama este lindo jardim, este grande e belo pedaço de terra à beira mar plantado!
Gaia, Porto, Portugal.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Declaração de Amor aos Seres Humanos


Declaração de Amor aos Seres Humanos

Recordando e reafirmando os princípios declarados na Carta Universal dos Direitos Humanos da ONU nós, seres humanos que decidimos livre e amorosamente nos encontrar nestes três dias mágicos para semear a Paz, fazemos a seguinte Declaração de Amor aos Homens e Mulheres da Terra:

1.    Todas as pessoas do mundo têm o direito de viver e de sonhar com um planeta mais justo e pleno de dignidade e de amor.

2.    Todas as pessoas do mundo têm o direito de brincar na chuva e soltar barquinhos de papel nas sarjetas e enxurradas.

3.    Todas as pessoas do mundo têm o direito a uma educação que forme seres humanos livres, criadores, inventores e produtores de novos conhecimentos.

4.    Todas as pessoas do mundo têm o direito de construir a sua própria  “Constituição”,  escolhendo os valores para nortear uma conduta pessoal solidária e fraterna.

5.    Todas as pessoas do mundo têm o direito de estabelecer relações humanas amparadas na fraternidade e no respeito à diferença.

6.    Todas as pessoas do mundo têm o direito de se encontrar pelos caminhos que levam à festa e à fruição da vida e da alegria.

7.    Todas as pessoas do mundo têm o direito de escutar o Outro e comungar de suas esperanças e sonhos.

8.    Todas as pessoas do mundo têm o direito de plantar girassóis para que todas as tardes sejam de primavera.

9.    Todas as pessoas do mundo têm o direito de descobrir o sorriso ou a dor que mora no Outro.

10. Todas as pessoas do mundo têm o direito de ser, ao mesmo tempo, flor e beija-flor, para provar da doçura que é a natureza do Outro.

11. Todas as pessoas do mundo têm o direito de habitar em casas que sejam como corações abertos, acolhedoras e sem trancas, onde sempre brilhe a luz da fraternidade.

12. Todas as pessoas do mundo têm o direito de construir dentro de si mesmas um templo para o seu Deus, na forma em que O conceberem.

13. Todas as pessoas do mundo têm o direito de se embriagar de paixão e de se “jogar nos precipícios para colher morangos”, somente saboreados por aqueles que ousam se atirar para além de todas as limitações impostas.

14. Todas as pessoas do mundo têm o direito de não morrer de saudade e de percorrer os caminhos que levam ao encontro e aos beijos dos amantes.

15. Todas as pessoas do mundo têm o direito de que o trabalho seja um campo em que floresça a dignidade humana, sempre no horizonte de servir e amar o Outro.

16. Todas as pessoas do mundo têm o direito de serem os guardiões dos portões do Jardim da Humanidade.

17. Todas as pessoas do mundo têm o direito de saborear os frutos coloridos e suculentos da sabedoria, da arte e da ciência sem precisar dar dinheiro em troca.

18. Todas as pessoas do mundo têm o direito de não serem medidas por suas posses.

19. Todas as pessoas do mundo têm o direito de se expressar livremente, impregnando a palavra de paixão transformadora.

20. Todas as pessoas do mundo têm direito à comunicação e à informação para construir um mundo baseado na igualdade entre homens e mulheres.

21. Todas as pessoas do mundo têm o direito de acreditar que a unidade, com respeito às diferenças dos povos,  é não somente possível, mas inevitável para alcançar a paz mundial.

22. Todas as pessoas do mundo têm o direito de saber a verdade sobre os caminhos e os roteiros que levam à liberdade e à dignidade.

23. Todas as pessoas do mundo têm o direito de conviver amorosamente com os animais e com  todos os seres da natureza que estão na Terra.

24. Todas as pessoas do mundo têm o direito de transformar os muros que as separam em praças onde todos se encontrem para celebrar a cidadania e a solidariedade.

25. Todas as pessoas do mundo têm o direito de errar e serem amparadas carinhosamente na retomada da vontade de crescer e aprender mais e mais.

26. Todas as pessoas do mundo têm o direito a não mais ter medo das palavras Paz e Amor.

27. Todas as pessoas do mundo têm o direito de cultivar a terra e dela receber o alimento sagrado para o sustento do corpo e da alma.

28. Todas as pessoas do mundo têm o direito de chorar de alegria.

29. Todas as pessoas do mundo têm o direito de receber tratamento humano na saúde e na doença e de fazer escolhas livres e conscientes sobre tudo que envolva a vida e a morte.

30. Todas as pessoas do mundo que não sonham estes sonhos têm o direito de serem tocadas no coração para que desejem também caminhar na beleza...

Encontro de Jornalistas para a Paz*
UFSC . Florianópolis, 08, 09 e10 de dezembro de 1998...

*Declaração sentida/escrita/vivida/compartilhada pelos participantes do Encontro de Jornalistas para a Paz, evento realizado durante as celebrações do Cinquentenário da Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU. A Declaração de Amor foi declamada por estes aos transeuntes, debaixo de chuva, das escadarias da Catedral da Praça XV de novembro em Florianópolis, no final da tarde do dia 10 de dezembro de 1998. Alguns daqueles participantes já partiram para a Pátria Maior, e sua Declaração de Amor, no entanto, ainda permanece no ar inspirando tantos outros...