terça-feira, 18 de janeiro de 2011

O tablet indiano de 35 dólares


"A popularização de leitores como o IPad vai revolucionar a edição de livros, muito em breve. Mas a inovação verdadeira está muito distante de onde a Apple (e a mídia) a enxergam.

Por Antonio Martins
17 de janeiro de 2011 - 11h25

“O IPad pode parecer lampejante, mas a tecnologia que está mudando a vida das pessoas são os laptops de 300 dólares”, frisou a revista The Economist em abril do ano passado, num estudo especial sobre o vasto movimento de inovação tecnológica que sacode China, Índia e (em menor escala) Brasil ou Turquia. Está em desenvolvimento, na Índia, um produto que confirma e amplia o acerto da sentença. Foi anunciado em julho último, pelo ministro do Desenvolvimento de Recursos Humanos, Kapil Sibal. É um tablet (netbook com teclado na tela, tipo ipad) que custará no máximo 35 dólares, ou 60 reais.

O tablet indiano, 
descrito no Taranfx (um ótimo site sobre tecnologias digitais), parece um agregador de alternativas. Usará Linux, como sistema operacional. Poderá ser alimentado por energia solar. Ao contrário de alguns dos similares convencionais, terá, na versão de U$ 35, acesso a wi-fi, memória razoável (2Gb) e Open Office pré-instalado. Desenvolvê-lo na escala necessária a tal redução de preço tornou-se possível graças a  uma iniciativa pública. O governo indiano encomendará centenas de milhões de aparelhos para distribuir entre estudantes (os de ensino básico e médio receberão versões mais simples). A iniciativa faz parte do projeto One Laptop per Person (OLP). O ministro Sipal afirma estar disposto a buscar empresas-parceiras, interessadas em produzir  versões para venda comercial, também a preços mínimos.

Como o tablet ainda não está disponível, é possível duvidar de que preço e potência sejam, no produto final, tão atraentes quanto os anunciados. É um detalhe. Uma rápida busca na internet revela que já há, disponíveis, aparelhos equivalentes ao ipad por cerca de R$ 200. Podem ser importados via net, sem burocracia. Após pagamento da taxa alfandegária (60%), chegam por R$ 320, cerca de 1/4 do similar com a griffe da Apple. Custarão muito menos, se forem adotados em escolas públicas, ou (ainda melhor) se houver, além disso, incentivo à sua produção no país".


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